Patrimônio e Turismo

Patrimônio é tudo o que criamos, valorizamos e queremos preservar: são os monumentos e obras de arte, e também as festas, músicas e danças, os folguedos e as comidas, os saberes, fazeres e falares. Tudo enfim que produzimos com as mãos, as ideias e a fantasia. (FONSECA, 2005)

        O conceito de Patrimônio surge em plena Revolução Francesa, com objetivo de evitar a destruição e desaparição dos artefatos produzidos pelos franceses, chamadas no cotidiano por Monumentos Históricos. “O turismo surge indissociavelmente ligado ao patrimônio enquanto elemento que fundamenta o valor econômico deste último” (CAMARGO, s.d), de início não se tratava do Turismo que conhecemos atualmente, mas eram obtidos ganhos consideráveis com a exploração dos monumentos franceses, tal como provavelmente ocorresse em Roma e Itália. 
        Segundo a Organização Mundial do Turismo (OMT) o termo turismo é definido como “as atividades das pessoas que viajam e permanecem em lugares fora de seu ambiente habitual por não mais de um ano consecutivo para lazer, negócios ou outros objetivos” (SILVA, 2013, apud OMT, 2003 p.18).
        SILVA, 2013, apud Leiper (1990), ao elaborar sistema turístico básico definiu três elementos essenciais ao seu funcionamento: o turista, os elementos geográficos e o setor turístico. O turista é o indivíduo que se movimenta no espaço, os elementos geográficos são os insumos que compõe a oferta turística e o setor turístico é a junção da infraestrutura e serviços disponibilizados aos visitantes e a comunidade receptora. 

Fonte: Alforge da Viagem

        O Turismo Patrimonial tem como objetivo principal conhecer e desfrutar do Patrimônio, seja ele a história, a arquitetura, o folclore, a música, a arte, os hábitos e os costumes de uma determinada localidade. Em relação ao desenvolvimento do Turismo Cultural, BARRETTO (2001, p.75) salienta sua importância ao afirmar que, “[...] para que patrimônio e turismo possam ter uma convivência saudável, é necessário que haja planejamento, o que inclui controle permanente e replanejamento”, através de uma intervenção consciente e profissional. Para que o patrimônio possa ser transformado num produto turístico único e de qualidade, a ser usufruído pelos visitantes e pela comunidade local é preciso pensar no lugar como um ecossistema, entender suas peculiaridades e demandas, avaliar seu potencial e seus limites, a fim de propor atividades turísticas que não desfavoreçam o loca, como alertam Brusadin e Silva (2011).

"Um dos grandes paradoxos do turismo cultural é a dificuldade encontrada na gestão do patrimônio cultural, devido principalmente aos conflitos existentes entre os interesses da comunidade local e dos turistas. Logo, para que haja a manutenção da identidade da cultura local é inquestionável que tem de se definir um ponto de equilíbrio do uso turístico para que, assim, se torne possível aproveitar as representações do passado sem deteriorar a memória das comunidades receptoras."

        O planejamento adequado da Oferta turística com base no Patrimônio cultural pode ser um fator que impacta inexoravelmente uma comunidade, mas entende-se que assim pode-se gerar, nesta mesma comunidade, uma capacidade de responder às necessidades do presente (emprego, renda, preservação) sem comprometer as necessidades das gerações futuras; um processo de mudança que tem em conta a exploração dos recursos, a orientação dos benefícios, a aplicação das técnicas, a evolução das instituições, com o fim de reforçar o potencial socioeconômico do legado cultural, apto para responder às necessidades e aspirações distintas (MOSER, 2018). 

                     

        Existem diversos textos sobre Turismo que dissertam sobre a Demanda Turística, "A importância do estudo da motivação da demanda turística se dá ao fato de os fluxos de turismo entre mercados emissores e receptores serem complexos e sofrerem influência de uma larga gama de fatores” (HIRATA; BRAGA, 2017). Cabe apenas explicitar que a definição a ser utilizada neste estudo é a de Mathieson e Wall (1988, p. 16) para os quais demanda turística é “[...] o número total de pessoas que viajam, ou desejam viajar, para utilizar facilidades e serviços turísticos em lugares distantes do seu local de trabalho e residência” (HIRATA; BRAGA, 2017). 

        Embora a análise sistemática de fatores socioeconômicos e demográficos da demanda, que inclui dados como idade, renda, educação e urbanização, entre outros, seja importante, ela se torna ainda mais relevante quando conjugada a uma análise dos indivíduos que a compõe (HIRATA; BRAGA, 2017). Essas definições não esgotam as possibilidades de análise do fator demanda, que deve ser estendida para um maior conhecimento dos consumidores, mediante estudos de preferências motivacionais do turista que se espera receber e o nível de satisfação daqueles que já passaram por determinado centro turístico. Sem esses estudos, é muito difícil saber o que deve ser feito ou construído para aumentar a demanda de todos e de cada um dos serviços dos centros turísticos e, por soma, de um país ou de uma região. (HIRATA; BRAGA, 2017, apud BOULLÓN, 2002, p. 40).


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